Adotar um cão ou um gato é um ato que deve ser muito bem pensado e planejado, ao tomarmos a decisão de nos tornarmos responsáveis pela vida de um animal, automaticamente nos tornamos responsáveis de prover todos os cuidados e necessidades que aquele animal em específico precisa ou precisará ao longo da vida. Isso inclui além de muito amor, educar corretamente, alimentar e nutrir, todos os cuidados de saúde básica que o animal precisa ou precisará ter ao longo da vida, proteger, e criar, mas não somente criar pela maneira a qual “achamos” que é a maneira certa, mas também criar pela maneira a qual o animal precisa ser criado, e tudo isso pode sofre variações de acordo com a espécie (canina ou felina), porte do animal, necessidades especiais, particularidades do temperamento, fase da vida. Então semelhante a planejar uma adoção ou uma gestação e concepção de uma vida humana, adotar um animal significa além de trazer para a sua vida e sua rotina um novo ser que irá proporcionar momentos que provavelmente mudarão a sua vida em algum aspecto, também significa tomar para sí uma responsabilidade, responsabilidade essa que deve ser exercida plenamente até o último dia de vida do animal. Para exercer essa responsabilidade da melhor forma temos que dispor de tempo, amor, dinheiro, disposição e muito comprometimento. 




Claro que a afinidade que temos no momento em que colocamos os olhos em um cão ou gato tem um peso enorme na escolha de quem vamos adotar, mas também devemos levar em consideração alguns pontos importantes para que a afinidade não venha a diminuir ao longo do tempo após a adoção. O termo adoção responsável tem sido muito usado, principalmente por ONGs as quais se dedicam a resgatar animais em situação desfavorável ao bem-estar do mesmo, cuidar e prepará-lo para ser adotado. Na adoção responsável, o candidato a tutor do animal passa por uma avaliação para assegurar que o mesmo ou a família a qual o animal será inserido, poderá proporcionar o básico para manter uma qualidade de vida e bem-estar do animal.




Agora vamos a algumas dicas que pode servir para que pensa em adotar, quem está adotando ou quem já adotou há algum tempo. Antes de adentrarmos nas dicas, devo mencionar que algumas características de cães e gatos mencionadas podem sofrer alterações de acordo com temperamento e particularidades de cada animal. Antes de adotar temos que nos fazer alguns questionamentos:




Qual se encaixa mais na minha rotina, um cão ou um gato? 




Cães e gatos obviamente tem necessidades e requerem uma criação bem diferente um do outro. Gatos podem ser um pouco mais independentes e se adaptam melhor ao ambiente interno da casa ou apartamento, lembrando que essa tendência do gato a ser mais “independente” não quer dizer que eles não são amorosos e companheiros. Os gatos por instinto aprendem rapidamente a fazer as suas necessidades na caixinha de areia, mas a mesma deve ser bem manejada para não gerar problemas para o felino, os gatos podem ser mais quietos e tendem a fazer menos barulhos que os cães e quanto à questão nutricional, por terem um porte menor, eles geram menos gastos em relação à alimentação e nutrição. Já os cães geralmente podem requerer mais atenção, disposição do tutor para passeios, ou até saídas sempre acompanhadas pelo tutor e em ambiente externo seguro para que o animal faça suas necessidades, pois alguns cães podem não fazer suas necessidades com uma rotina adequada em ambientes muito pequenos, e assim como nós gatos, devemos manter o local onde o cãozinho faz suas necessidades sempre limpo e higienizado para evitar problemas de saúde com o próprio animal e até com as pessoas que residem no mesmo ambiente. Cães de médio a grande porte precisam de mais alimento que os felinos, então os gastos com alimentação também são maiores.




O local onde eu moro dispõe de muito, médio ou pouco espaço para o animal?




Cães de grande porte, algumas raças e animais com temperamento mais agitado podem requerer um ambiente com médio ou muito espaço para o animal correr e brincar. Pois para esses tipos de animais um ambiente restrito e com pouco espaço pode acarretar em problemas de saúde que muitas vezes são desencadeados pelo estresse gerado pela pouca atratividade do ambiente.


Para apartamentos ou casas pequenas sem espaço externo disponível, cães de pequeno porte ou os felinos podem ser uma boa opção. Lembrando que devemos nos atentar a vizinhança, principalmente quando nos referimos a cães que tendem latir mais.  Lembrando que independente de cão ou gato, nunca devemos deixar os nossos animais terem acesso livre a rua ou área externa a casa sozinhos. 




Caso eu opte por um cão ou gato de pelo longo, eu poderei fornecer os cuidados que o pêlo do meu animal precisará?




Pode parecer pouco relevante, mas com o passar do tempo os tutores podem se deparar com um gasto extra e o animal pode sofrer desconfortos ou até problemas de saúde, caso a pelagem não tenha a atenção merecida. Cães e gatos podem ter um pelo mais longo, o que pode fazer necessário além de cuidados do próprio tutor, idas ao banho e tosa, animais de pelagem longa também podem necessitar de uma dieta um pouco mais específica que animais de pêlo curto  




Tenho disponibilidade diária para passear com meu cão (caso adote um cão)?




Cães, independente do porte, raça ou temperamento, Precisam sair junto do seu tutor usando uma coleira para passear, assim diminuindo-se estresse e melhorando a sua saúde através da atividade física. Gatos também pode sair  para passear, mas o período de adaptação do felino a coleira, requer uma maior dedicação e paciência.




Disponho de dinheiro para arcar com as necessidades básicas de saúde do meu animal? 




No que se refere a cuidados básicos de saúde e gastos fixos com veterinário, podemos mencionar, a primo vacinação e reforço anual de todas as vacinas indicadas para cães ou gatos, vermifugação periódica, consultas e exames de rotina (semestral ou anual), nutrição de qualidade, enriquecimento ambiental (brinquedos e atrativos para o ambiente doméstico) e castração , sim! A castração faz parte dos cuidados básicos com a saúde do animal, pois castrado, diminuímos e evitamos o aparecimento de diversas doenças e melhoramos a qualidade de vida do animal. Em relação ao enriquecimento ambiental, podemos ter esse item com item que compõe a saúde básica do animal, pois criando um ambiente mais atrativo, diminuímos o estresse do animal, o estresse pode desencadear diversas doenças em cães a gatos através da liberação de cortisol (hormônio do estresse) que causa imunossupressão (baixa na imunidade) predispondo o animal a adquirir ou manifestar diversas enfermidades. 




Caso o meu animal precise de atendimento veterinário de forma imprevista, poderei arcar com os custos?




Pode parecer irrelevante por lista gastos com veterinário que podem vir e não ocorrerem, mas como médico veterinário, pude observar que a maioria esmagadora dos atendimentos são devido a problemas que não estavam dentro do cronograma veterinário do animal, acidentes, doenças inesperadas ou até nos depararmos com particularidades de saúde que podem vir com o avançar da idade podem ocorrer, mesmo que tenhamos todos os cuidados com a saúde do nosso pet, e quando esses imprevistos acontecem podem gerar custos bem elevados, que muitas vezes pegam os tutores desprevenidos financeiramente, mas mesmo sendo um imprevisto, não podemos negligenciar tais problemas. Então devemos levar em consideração de dispomos de alguma verba extra para imprevistos com a saúde dos peludos. 




Terei comprometimento e arcarei com a responsabilidade que é adotar um animal? 




Independente de problemas pessoais, familiares, socioeconômicos, financeiros, devemos ter em mente que é crime abandonar ou sujeitar o animal a maus tratos, então vou cuidar, e dar todo o amor possível em todos os momentos da vida do meu pet, e nunca vou abandonar ou negligenciar qualquer cuidado ou atenção que meu cão ou gato precise ao longo da vida. 




Estou pronto e disposto para deixar um animalzinho mudar minha vida com novas experiências e com muito amor?




É certo que teremos a nossa vida mudada em algum aspecto com a adoção de um cão ou gato, eles nos ensinarão coisas que somente eles podem, e nós nos perceberemos de uma forma diferente, dando e recebendo tanto amor ao longo da jornada junto do novo membro da família 




Caso não possa ou não esteja apto a adotar um cão ou gato, você pode apadrinhar um peludinha através de ONGs, onde você ajudar seja com uma contribuição financeira, puxa ou periódica, passeios, ração, ajuda com limpeza e cuidados com os animais nas ONGs, é um gesto de amor e solidariedade.








Por Modesto Tofanelo, Médico Veterinário




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